terça-feira, 5 de abril de 2011

Estratégia Social XXXVIII

Nunca exagerar


Baltasar Gracián: Não é sensato usar superlativos. Ofendem a verdade e desabonam o seu discernimento. Ao exagerar, desperdiçamos nossos elogios e mostramos limitação de conhecimento e gosto. O louver desperta a curiosidade, atiça o desejo e, mais tarde, quando se percebe que os bens foram superestimados, como acontece muitas vezes, a esperança traída vinga-se menosprezando o elogiado e aquele que elogiou. Os cautos têm comedimento, preferindo pecar pouco a muito. Raras são as eminências, portanto tempere sua apreciação. A ênfase é uma forma de mentir. Pode arruinar nossa reputação de bom gosto e, ainda pior, de sabedoria.

ATENA: O uso excessivo de superlativos termina por banalizar o fenomenal e por superestimar o medíocre. A comunicação se perde num nivelamento idêntico de todos os assuntos, pessoas e experiências. Nem tudo é incrivelmente fantástico ou pessimamente horrendo e não é necessário ter uma opinião bombástica sobe um assunto de menor importância. O pior que pode ocorrer nos exageros é perdermos a sutil e poderosa capacidade de surpreender.

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