terça-feira, 1 de março de 2011

Estratégia Social XXXIV


Identificar e saber usar a insinuação

Baltasar Gracián: é o ponto mais sutil do convívio humano. Pode ser usado para sondar os ânimos e perscrutar discretamente o coração. Há insinuação maliciosa, agressiva, tingida com as ervas da inveja, untada com o veneno da paixão: um relâmpago invisível capaz de nos tirar toda a graça e a estima. Muitos perderam o convívio superior e inferior devido a uma única palavra; há insinuações que, por serem favoráveis, agem ao contrário, sustentando e apoiando nossa reputação. Porém, é preciso tanta cautela para aparar tais dardos quanto é a má intenção que os lança. Recebê-los com cuidado, aguardá-los com atenção. Uma boa defesa requer conhecimento. Um tiro prevenido pode ser frustrado.

ATENA: Identificar a insinuação é o que distingue entre manter-se na aparência ou degustar a sabedoria da sintonia fina na comunicação. Nem sempre é possível ou mesmo desejável dizer tudo às claras. Mensagens cifradas direcionadas a apenas um ou poucos entre uma multidão de ouvintes muitas vezes sanam enormes problemas. Através dela podemos perceber o que há nas entrelinhas do que é comunicado. Isso pode envolver tom de voz, postura, modulação das sílabas nas palavras, movimentos oculares, expressões faciais ou quaisquer outros dados que sejam perceptíveis a alguém que tenha já calibrado o falante em um momento natural, descontraído. Tudo é treinamento. Em programação neurolingüística saber usar a insinuação seria uma forma estratégica de "reframing". 

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