A ilha, a que se chega apenas depois de uma navegação ou de um vôo, é o símbolo por excelência de um centro espiritual e, mais precisamente, do centro espiritual primordial. - Jean Chevalier
A ilha nos mitos e na cultura dos povos
A Síria primitiva, de que fala Homero, e cuja raiz é a mesma que a do nome sânscrito do sol, Suriâ, é uma ilha, a ilha central ou Polar do mundo. Identifica-se com a Tula hiperbórea (a Thule grega), cujo nome se encontra entre os toltecas, originários da ilha de Aztlan (Atlântida?), Tula é a ilha branca, cujo nome (Svetadvipa) aparece nos mitos vixenuístas da Índia e até no Kampuchea (Camboja), onde ele é atribuído ao templo de Prasat Kok Po. A ilha branca é um lugar de "vilegiatura" dos bem aventurados, exatamente como a ilha verde celta (que encerra, aliás, a montanha branca polar), cujo nome se confunde com o da Irlanda. As ilhas primevas nipônicas: Awa, ilha de espuma, e, sobretudo, Onogorojima, formadas pela cristalização do sal que pingou da lança de Izanagi, são, ainda, ilhas brancas. Segundo a tradição muçulmana, o Paraíso terrestre está igualmente situado numa ilha: a do Ceilão. Zeus é originário da ilha sagrada de Creta, pátria dos mistérios.
Centrífuga
Ainda na barriga de nossas mães somos uma ilha, uma pequena (in)consciência inerme num oceano de líquido amniótico. Eis que então emergimos para a luz e nos tornamos lentamente um continente familiar. Esse continente se alarga e novas praias são descobertas nos coleguinhas de colégio, nos vizinhos, professores. Todo o espaço social vai ampliando o reconhecimento do mundo e, através dele, o reconhecimento de si mesmo, nossa percepção e consciência, como se as ondas trouxessem mais e mais pedras e areia e matéria para nossas enseadas. Por algum tempo.
Centrípeta
Após adolescência vêm a redescoberta da ilha. De que nem todos concordam com muito do que pensamos, vemos, ouvimos e sentimos, de que ninguém concorda plenamente com todas as nossas percepções, todas as nossas idéias e projetos e inquietações. E voltamos em busca do centro, um centro que parece cada vez menor. Com o tempo percebemos a necessidade de fortalecer e estruturar esse centro, porque ele será o alicerce para novas e maiores viagens. Só escutando os sons provenientes desse centro, sons que só nós mesmos podemos ouvir e que cuja música depende da nossa percepção e da nossa vibração interna. Sob a viga principal do nosso ser, testando lentamente as fundações e ouvindo a vibração de nosso grafite ou de nosso diamente, frutificamos consciência, valores, caráter até erigirmos um complexo de alicerces chamado personalidade.
Centrífuga
Eis que vem o mundo. Suas pressões e levezas, suas provações e consentimentos, provocações e convites, limitações e potenciais, angústias e felicidaes, imprevistos e surpresas de todos os tipos. Expandimos nossas percepções até sermos mais, confiamos, nos entegamos à torrente assustadoramente sedutora dos estímulos externos e começamos a reconstruir contatos, espaços, pertencimentos, amizades, idéias, talvez até amores. E esse movimento "para fora" atua como uma onda, expandindo nossas percepções e criações até... que faça como uma onda...
Centrípetas e centrífugas
A saúde mental depende desses momentos, dessas fases de expansão e retração, das percepções, da riqueza de nossa vida interna e externa. Forçar a mente a ficar num momento ou em outro é perder muito das possibilidades da vida, nos cristalizar em constrição de si mesmo ou nos perdermos na dilatação infinita das possibilidades externas. Qualquer universal é patológico.
A Jornada e a Arte
A Jornada do Herói trata das pequenas jornadas que fazemos em busca da melhor construção de nós mesmos para embarcar na grande jornada que é a vida, com seus desafios e méritos. A Arte da Guerra Oriental é o curso de formação em metas e resolução de conflito que usa a PNL para modelar as culturas, religiões, diplomacia e negócios na Índia, China e Japão, oferecendo um leque interpretativo da realidade mais vasto e abrangente. O principal aprendizado da Arte da Guerra não são suas mais de 30 técnicas, mas sim o senso de oportunidade, o momento certo de apliça-las em prol da sua meta e em consonância com seus valores. Tudo em prol do desenvolvimento de heróis e artistas da guerra (especialistas em resolução de conflitos e cumprimento de metas) criativos, autosuficientes, autônomos e saudáveis. Da mente ao corpo. Do corpo à prática. Da prática à compreensão. Construção e percepção. Da ilha ao continente, do continente à mente.
Artigo: Renato Kress
Diretor do Instituto ATENA
Criador e palestrante dos cursos registrados e patenteados
A Jornada do Herói
e
A Arte da Guerra Oriental
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