segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Estratégia Social XXV

Integridade e firmeza

Baltasar Grácian: Esteja sempre do lado da razão, e com tal firmeza de propósito que nem a paixão comum, nem a tirania o desviem dela. Mas onde estará essa Fênix de eqüidade? Poucos cultivam a integridade. Muitos a louvam, mas poucos a visitam. Alguns a seguem até que a situação se torne perigosa. Em perigo, os falsos a renegam e os políticos a simulam. Ela não teme contrariar a amizade, o poder e mesmo o seu próprio bem, e é nessa hora que é repudiada. Os astutos elaboram sofismos sutis e falam de louváveis motivos superiores ou de razões de Estado. Mas o homem realmente leal considera dissimulação uma espécie de traição e preza mais ser firme do que o ser sagaz e se encontra sempre do lado da verdade. Se diverge dos outros, não é devido à sua inconstância, mas porque os outros abandonaram a verdade.

ATENA: Nossa sociedade vive refém do medo. Medo de não sermos suficientemente capazes, líderes, eficazes, eficientes, pró-ativos, bem arrumados, antenados com as tendências da moda, da tecnologia, das notícias. Nesse tipo de sociedade somente um homem íntegro e maduro pode sobreviver sem fragmentar sua percepção do mundo, de si mesmo e dos outros. O sistema sobo  qual vivemos exige que sejamos todos imaturos, emocionalmente, psiquicamente, afetivamente... afinal, só um homem muito imaturo enquanto indivíduo acredita que possa sempre estar carente de algo para ser feliz, pleno, completo, e só um homem que se encontre eternamente carente consegue consumir eternamente pequenos remédios para essa carência difusa, dispersa sob a qual vivemos. O homem íntegro é aquele que não se rende senão a si mesmo, e cujos valores se originam de dentro, uma jornada de que só os verdadeiramente corajosos são capazes.

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