sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Incorporação estratégica na rotina

(ou "Quem tem medo da Rotina?")

Por mais que nossa sociedade seja bombardeada pela idéia de fluidez dos meios e da velocidade do fluxo de informações e inovações, a rotina é inevitável. De início podemos pensar nas necessidades humanas de auto-preservação: comer, beber, dormir, e a partir daí rumarmos ao infinito com Maslow e as necessidades inerentes à psique humana: pertencimento, acalanto, segurança etc.

Para além do discurso estrategicamente difundido de que nenhuma rotina é possível - o que serve bem para manter uma atmosfera de inovação infinita e impulsiona a venda de produtos ou idéias – há a estrutura da rotina necessária, seja para a manutenção do aparato orgânico do indivíduo, seja para o funcionamento dos fluxos (também orgânicos) de uma empresa.

A importância do Ritual

Desde a sociedade imperial na Roma Antiga, já se tinha ciência da importância da rotina. Na sociedade romana o mito foi progressivamente esvaziado de significação, enquanto o rito, o ritual começou a ser supervalorizado. Porque isso? Se o mito, a narrativa sagrada, é de origem grega, o rito é de origem latina. Etimologiacamente relacionado ao védico rta, o latino ritus é o exato e correto agir segundo um modelo tradicional rigorosamente determinado. Ele se define em relação a seus opostos: o adjetivo in-ritus, “não-fixado”, “vão”, “sem eficácia”; e o advérbio in-rite, “inutilmente”, “sem eficácia”; sendo assim o rito é a ação eficaz por excelência. E o que é a rotina, senão um ritual diário?

Em uma cultura como a romana, orientada no sentido linear da história e não no sentido cíclico da passagem mítica do tempo, e, portanto, orientada pela ação humana, é óbvio que o rito, o ritual, tenha que assumir uma posição privilegiada e tornar-se uma gramática simbólica, baseada em signos e ações, como também objetos e espaços.

Seja dentro de um universo corporativo gigantesco, seja dentro de uma pequena empresa, a cultura local é que determina os signos, ações, objetos e espaços que alavancam o pertencimento e a atmosfera do trabalho. Por isso é importante saber identificar e trabalhar com essa cultura.

A rotina inteligente

Se a rotina é inevitável e o mundo continua em perpétua mudança, como adequar essas duas realidades? Como já foi dito antes, a idéia de que a rotina é impossível porque não se adéqua a um universo de aceleração crescente das novidades, processos, políticas e idéias serve apenas para criar uma desestabilização necessária para vender a possível estabilidade na forma produtos, cursos, políticas, campanhas. Não se pode vender soluções sem que haja problemas, é preciso trancar a porta para valorizar a chave.

Agora me questiono: o que ocorreria se deixássemos, obrigatoriamente, uma margem de manobra dentro da rotina? Que tipo de eficiência seria possível se, entre os processos gerenciais, inseríssemos um espaço necessário e rotineiro para a reestruturação da própria rotina? O que aconteceria se fôssemos obrigados, pela própria rotina, a observar nossa rotina em terceira pessoa e ver, ao invés de “nós” e “aqui”, “eles” e “lá”? Muito da lógica dos produtos de consultoria está imersa nessa questão de “ver de fora”, “ver em terceira pessoa”, porque é natural para os consultores, é a única visão possível, a princípio.

O que aconteceria, por exemplo, se efetuássemos uma perpétua revisão de nossas rotinas em comparação com as rotinas de nossos concorrentes ou parceiros? Talvez uma competitividade mais inteligente – visto que poderíamos comparar resultados e lógicas intrínsecas ao invés de simplesmente mimetizar processos que dinamizam o trabalho dentro de uma cultura corporativa diferente e talvez não funcionem dentro da nossa – talvez uma nova gestão que incorpore a mudança sem se desestabilizar e se ver necessitada das soluções vendidas pelos criadores de problemas.

Ferramentas inteligentes

A programação neurolingüística possui ferramentas que possibilitam tanto a incorporação estratégica da problematização dos processos gerenciais rotineiros com vias ao aprimoramento constante, quanto à criação de modelos gerenciais com a flexibilidade necessária à adequação dentro da cultura específica da empresa.

No Instituto ATENA, o curso Estratégia em Ação aborda especificamente esses temas, com soluções práticas e dinâmicas para uma implementação direta e eficaz, ignorando as armadilhas comuns do Mercado e a dissonância cognitiva e o atordoamento e perda de referenciais provocados propositalmente por ela.

Renato Kress,
Diretor do Instituto Atena
Arte em Treinamento Especializado e Neurolingüística Aplicada

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