quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Estratégia Social XI

Cercar-se de auxiliares competentes

Baltasár Gracián: Os poderosos são felizes quando cercados de valentes de notável entendimento, capazes de livrá-los das enrascadas em que foram colocados pela própria ignorância, e de tomarem seu lugar contra as dificuldades. Saber utilizar os sábios constitui uma qualidade única: melhor do que escravizar os reis, como fazia Tigrano(1). É uma nova maneira de dominar os outros no que tange o melhor da vida: transformar com arte em servidores aqueles que a natureza fez superiores. Temos pouco para viver e muito para saber, e não se vive sem saber. Requer uma habilidade notável estudar e aprender sem esforço; estudar muito por meio de muitos, e saber mais do que todos eles juntos. Faça-o, e falará por muitos em qualquer reunião. Falará por tantos sábios quantos o precederam, e ganhará fama como oráculo graças ao suor dos outros. Escolha um tema e permita às cabeças que o rodeiam proporcionar-lhe um conhecimento concentrado. Se não pode fazer do conhecimento seu servo, torne-o seu amigo.

ATENA: Talvez a habilidade mais importante de um bom líder, qualquer que seja o ramo em que atue, seja justamente saber coadunar e gerenciar o maior número dos melhores talentos que puder conceber em prol de sua "causa", de sua "idéia", de sua "missão". Esse talento requer habilidade (e humildade) para reconhecer talentos superiores aos seus e principalmente convergentes com os teus, complementares, requer saber gerenciar os egos e os relacionamentos quando da criação de um grupo e requer, principalmente, a habilidade de saber "apaixonar" os que estão à sua volta, contaminá-los com os valores que estão impregnados nos teus objetivos. Em qualquer circunstância na vida é preciso saber aprender algo, mesmo que seja aprender como evitar algo ou como não agir em determinada situação. Para quem tem olhos para ver e uma mente astuta para antecipar e aprender, o universo é um mapa estraordinário.

(1) Rei da Armênia (século I a.C.) que conquistou a pátria e costumava aparecer em público servido pelos príncipes que derrotava.

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